Otávio não acordou bem. Leu no jornal que hoje era o dia do solstício de verão. Achou estranho. Tinha lido muito sobre solstícios, equinócios e outros movimentos astrais em contos nórdicos e no último livro do Harry Porter. Não se lembrava bem do que de fato essa palavra significava, mas sabia que coisa boa não era. Acordou tarde. Bem tarde. Ficou trabalhando até de madrugada na manutenção da rede de computadores em uma padaria na longínqua Santo Amaro. Teve problemas com o cabeamento e acabou esquecendo de ligar para Mercedez. Tinham um encontro. Um jantar. Sete anos de noivado. Otávio esqueceu. Mercedez não.